Ana Rocha: Quem é a
Filipa Larangeira?
Filipa Larangeira.: 01.06.1980, Gémeos, com ascendente em Virgem. Nascida e criada em Lisboa,
vivi um ano em Madrid durante o meu Erasmus.
Estudei Direito (Universidade Católica Portuguesa e Universidade Complutense de
Madrid) por um conjunto de razões: era mais de Humanísticas que de outra área
mas, na verdade, os meus testes psicotécnicos sempre deram resultados pouco
conclusivos e, à partida, poderia fazer tudo excepto algo com excesso de
matemáticas; queria Jornalismo mas o meu pai insistiu que fizesse uma formação
mais específica [dizia, alguém formado em Direito pode ser jornalista mas o
contrário já não é verdade – bom argumento!]
e os valores da justiça social e da equidade sempre me moveram. Mais
tarde tirei uma pós-graduação em Gestão com especialização em Gestão da
Qualidade: porque venho de uma família de empresários e os negócios e as dinâmicas
empresariais/ organizacionais sempre me interessaram; porque é uma área muito
abrangente que toca vários temas e que
me deu uma visão ampla das organizações, desde a gestão de Recursos Humanos, Finanças
até à Gestão de supply chain; porque
a Gestão da Qualidade tem a ver com o meu ascendente Virgem, que gosta de
organização e da excelência dos resultados apresentados. Nunca pensei demasiado
na altura de tomar este tipo de decisões até porque, com 18 anos, pouca
experiência temos para tomar decisões muito conscientes. Falei com a família e ocultei
as minhas vontades. Quando me licenciei, a decisão foi mais por exclusão
de partes. Já a opção pela pós-graduação foi pela necessidade que senti de
complementar a minha experiência profissional – nessa altura já tinha dois anos
de carreira em empresas.
Newmanity Project
A.R.: Newmanity Project: o que é?
F.L.: É uma
organização que surge como consequência natural das minhas aprendizagens e
paixões: pelas pessoas, pelas organizações e por juntar uns e outros de forma
sustentável e saudável para ambas as partes. Trabalhei muito tempo em Recursos
Humanos e mesmo antes disso já observava os desafios pessoais e organizacionais
que se passam dentro das empresas. 75% do tempo em que estamos acordados
estamos a trabalhar, por isso acredito que este tempo tem de ser de qualidade,
tem de nos ajudar a crescer individualmente e como parte de um todo e tem de
contribuir para o nosso bem-estar. Por querer mudar o paradigma das Organizações
fundei a Newmanity, em Outubro de
2016, na altura com outro nome, Orangeboom.
A Newmanity propõe-se a ajudar as Organizações
a desenvolverem-se de modo sustentável com enfoque primordial no bem-estar
organizacional e impacto positivo na comunidade e meio ambiente. Acreditamos
que as empresas têm o poder de mudar a vida dos seus colaboradores, das suas
famílias e das dinâmicas económicas e sociais.
A.R.: Como o
fazem?
F.L.: Fazemo-lo
de quatro formas. Uma, consultoria estratégica para desenvolvimento de cultura
organizacional e sustentabilidade do negócio. Duas, desenvolvendo e empoderando
líderes e as suas equipas. Três, recrutamento (a que chamamos de "machmaking") com enfoque no fit cultural e de soft skills. Acreditamos que o recrutamento vai muito além do
momento da colocação e implica sobretudo juntar a pessoa certa à sua tribo,
acompanhado candidato e empresa antes e depois do placement. Quatro, educação e sensibilização do público em geral
para a importância do bem-estar individual e organizacional e do progresso sustentável.
Chama-se "Project" porque, se cumprirmos o nosso propósito, daqui a
uns anos deixaremos de existir: as organizações já crescerão com base nos
valores em que acreditamos.
A.R.: O amor promove a mudança?
F.L.: O amor é tudo o que existe, tudo o que é
real. O resto são criações humanas, ficções que nos desviam do que é essencial,
“pequenos teatrinhos", inventados para nos sentirmos importantes – mas todos
nós somos importantes se simplesmente vivermos com amor. O amor é a força que criou tudo o que existe.
Alguns chamam-lhe também de Deus, outros de Universo e outros, ainda, de
Energia. Essa energia, para mim, chama-se amor.
O amor é o que procuramos incessantemente – não são as reuniões, os e-mails, o carro, a casa, o estatuto ou
os bens materiais – e é no momento em que nos entregamos que nos cumprimos. Como escrevia Fernando Pessoa, sob pseudónimo Ricardo
Reis, Para ser grande, sê inteiro:
nada/ Teu exagera ou exclui./
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és/
No mínimo que fazes. O amor abafa
o medo, o conflito e a solidão. Onde há amor, há criação e transformação.
A.R.: O que
pede transformação?
F.L.: O preconceito e os rótulos que nos
impedem de ver a beleza, o carácter único e precioso de cada um de nós. A forma
como lideramos países, organizações e famílias em que imperam regras caducas e
processos sem sentido que passaram a prevalecer aos valores humanos e ao bom-senso
– muito porque deixamos de questionar, de querer aprender e nos tornamos
arrogantes, comodistas ou simplesmente fechamos os nossos corações. O separatismo
e o negativismo alimentado pelos media,
pelos lobbies político-económicos e por todos nós através dá "conversa
pequena", da crítica destrutiva, da falta de compaixão e empatia, pelo
"Olá!" que não dizemos no
elevador, pela arrogância com que tratamos quem nos serve ou pela falta de
entreajuda em prol de insignificâncias, como ganharmos mais dinheiro, fama ou
não termos "chatices". O medo e o comodismo para nos atrevermos a
viver as nossas paixões e a nossa verdade, que abafa talentos, potencial e
prejudica o bem comum, mas também de sairmos das "saias" dos pais, do
subsídio do Governo, do contrato do empregador que estamos sempre a culpar para
não nos responsabilizarmos pela nossa liberdade. E, por último, nós, portugueses,
relembrarmo-nos do que somos realmente feitos: de solidariedade, de audácia, de
arte, de coragem, de perseverança, de abertura à diferença.
A.R.: Lisboa. Que influência e papéis desempenha?
F.L.: Todos os
dias, do meu co-work, avisto uma
frase escrita numa parede. Diz, "Do
Tejo vai-se para o mundo.” E vai: sempre se foi.
A.R.: “Lisboa menina e moça amada/ Cidade mulher
da minha vida”: o futuro é feminino?
F.L.: Espero e
acho que não. O futuro é o equilíbrio entre feminino e masculino.
Vivemos, até agora, num paradigma masculino que nos obrigou a sofrer muito para
merecermos estarmos cá. (…) E quem o fez foram os homens e as mulheres: as
que educaram, as que os seguiram, as que os imitaram, as que permitiram. O
futuro não pode ser o irmos para o lado oposto da balança. Acredito que as
mulheres terão um papel fundamental neste reequilíbrio, simplesmente porque
estão mais equipadas emocionalmente para fazerem pontes, cuidarem e gerarem a
paz: foi-nos permitido sermos emocionais e as emoções são o ponto nevrálgico de
uma vida feliz e equilibrada. Mas vejo também homens de mente e coração
abertos, que abraçam o seu lado feminino – cuidador, criativo, sábio,
cooperante, que recebe –, resgatam o verdadeiro sentido do seu lado masculino –
protector, focado, disciplinado, que dá – e reconhecem a importância e paridade
das mulheres. Todos nós temos ambos os lados – feminino e masculino –, temos
que o reconhecer e alinhar com a nossa missão de vida e com as dinâmicas
interpessoais que temos. Somos todos precisos nesta mudança e todos somos
importantes.
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